4ª Festa da Partilha de Sementes e Mudas

 QUAL O MOTIVO DE REALIZAR A FESTA DA PARTILHA DE SEMENTES E MUDAS?

Nos últimos 50 anos, a produção de sementes tem se distanciado cada vez mais das mãos dos agricultores, deslocando-se para o controle de algumas poucas mega-corporações transnacionais. Entre as conseqüências dessa transferência está, além da dependência do agricultor a um ente externo e aumento do custo de produção, a diminuição da diversidade das sementes ofertadas. Assim sendo, enorme quantidade de variedades de plantas alimentícias e medicinais vem sendo perdida. Nos últimos cem anos, houve perda de aproximadamente 90% de todas as variedades de hortaliças que consumimos. Isso acontece também com variedades de outras plantas, como o milho e o feijão. A perda dessa biodiversidade faz com que as lavouras fiquem mais homogêneas e mais vulneráveis ao ataque de pragas e doenças e às mudanças climáticas. Do mesmo modo, vários alimentos que sempre foram tradicionais em nossa cultura não são absorvidos pela indústria das sementes e sequer pelas grandes redes de distribuição de alimentos. Dificilmente encontraremos hortaliças como taioba, ora-pro-nobis, caruru, caruru-azedo, peixinho, bertalha-coração, araruta ou cará-moela nas prateleiras de supermercados, assim como frutas como cajás, jambos, ingá, siriguelas, entre outras. No entanto estas plantas são nativas, portanto mais resistentes e adaptadas ao nosso ambiente, exigindo menos insumos para sua produção e capazes de resistir a intempéries, além de super nutritivas. Além do mais, fazem parte de nossa cultura e de nossa história. A Festa da Partilha de Sementes e Mudas pretende incentivar o resgate dessa diversidade através da prática da troca ou partilha e guarda das sementes e mudas. Sementes e mudas são altamente perecíveis, perdendo com rapidez seu poder germinativo/reprodutivo. Dessa forma, a melhor maneira de preservar as espécies alimentícias e medicinais é disseminá-las, para que muitos as tenham.
Partilhar é preservar, para que tais plantas não desapareçam de nossa memória e de nossos hábitos.

1 Comentário

  1. Robson Miotti said,

    27 de junho de 2018 às 10:56

    Que eventos como esse se multipliquem e se divulguem, até como uma forma poderosa de lutar contra a poderosa indústria dos agrotóxicos que cada dia mais se intensifica através de lobbies no parlamento, onde leis são criadas para se acochambrar a fiscalização desses venenos.


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